Inteligência Artificial
Luiz em 10/10/2008Somos máquinas?
Inteligência artificial é um nome infeliz para uma área bastante interessante da computação. Uma área que estuda soluções de problemas muito difíceis de se resolver (também conhecidos como NP-completos). Esses problemas não tem um algoritmo eficiente que os resolva; o objetivo desta área é encontrar heurísticas e algoritmos de busca para tentar diminuir o tempo que se leva para solucionar tais problemas. Alguns problemas que antes eram quase impossíveis de se calcular passaram a ter solução para casos bastante complexos com as pesquisas da área, como o problema do posicionamento das rainhas no tabuleiro (problema das NRainhas). Mas o que isso tem a ver com inteligência?
O termo “inteligência artificial” surgiu pois os pesquisadores da área procuravam meios de simular o pensamento humano em computadores. Até que faz sentido chamar um algoritmo de “algoritmo de inteligência artificial” se dermos bastante ênfase no “artificial” e se o objetivo do algoritmo for, mesmo, simular uma inteligência. Mas dizer se o objetivo de um algoritmo é simular a inteligência depende da nossa definição de inteligência. Pela introdução que fiz, nota-se que não concordo em chamar os algoritmos desenvolvidos nessa área de “algoritmos de inteligência artificial”.
Muitas pessoas, inclusive cientistas da área, tendem a esquecer o “artificial”, dizendo que as máquinas podem ser realmente inteligentes. Por exemplo, John McCarthy, uma das sumidades na área, acredita que computadores podem, um dia, ser auto-conscientes (vide inteligência artificial forte no artigo da Wikipédia).
O uso de termos como “inteligência”, “aprendizado” e “cognição” para computadores não faz sentido, se definirmos tais termos como os processos que ocorrem em nosso cérebro quando descobrimos algo. Isso porque o computador é puramente determinístico, enquanto que nosso cérebro não o é. O aprendizado humano envolve criatividade, algo que não é possível de existir num computador. O máximo que se pode fazer num computador é gerar aleatoriedades (na verdade, somente com um computador, pseudo-aleatoriedades).
Na verdade, existe toda uma discussão sobre o determinismo ou não-determinismo do nosso pensamento (vide a Wikipédia, novamente), mas, como se pode notar, duvido do determinismo. O determinismo é algo ainda por provar, mas que serve de base para toda nossa ciência. Se ele estiver certo, poderemos, sim, ter computadores inteligentes. Mas isso vai significar que não somos inteligentes, apenas marionetes da lei da causa e efeito. Será que somos?
Este artigo visa apenas a mostrar dar uma introdução à minha opinião sobre o assunto, que é parecida com a de Valdemar Setzer (tive aula com ele).
Imagem via overmundo
Edit: criei um tópico no nosso fórum para discutirmos mais sobre o assunto. Creio que há bastante o que discutir… Comentem! :)