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FISL 9.0: Desenvolvimento ágil com Scrum e XP

Cecilia Fernandes em 25/04/2008

Novamente uma palestra surpreendentemente cheia. Não houve muitas novidades para quem já conhecia metodologias ágeis, mas o palestrante Guilherme Chapiewski abordou os temas básicos e gastou os primeiros 5 minutos de palestra em convencer o mercado de que o uso de metodologias ágeis não é loucura da cabeça de poucos, mas sim algo funcional e mais adequado à dinamicidade do mercado atual.

Iniciou-se a palestra com fundamentos: foram apresentados pontos como “o que é agilidade?”, o manifesto ágil, princípios ágeis, etc – dos quais é impossível fugir, numa palestra introdutória.

Então, os papéis, reuniões e produtos do Scrum foram apresentados e explicados em detalhes e com diversos exemplos, dando destaque às vantagens das metodologias se comparadas ao tradicional – a dizer, vantagens como a interação constante com os clientes, o trabalho em equipe e a liberdade dos programadores.

Em seguida, já quase no fim da palestra, abordou-se XP (eXtreme Programming) muito levemente, focando apenas na utilização de algumas práticas de XP num projeto que usa Scrum.

Particularmente, achei que faltou do palestrante mostrar ter diferentes vivências com as metodologias das quais ele falou. O fato do palestrante falar sobre as metodologias de forma inflexível pode ter afastado as muitas pessoas que abandonaram a palestra no seu decorrer e causado uma impressão errada e amarrada das metodologias apresentadas.

Levanto, especialmente, um ponto que o palestrante ressaltou como bom e no qual eu não posso discordar mais: a chamada Peer-pression. Chapiewski disse que, pela liberdade que o Scrum dá aos desenvolvedores, os caras mais fracos vêem que não estão colaborando pro projeto tanto quanto os outros e tendem a pedir pra se desligarem dele, poupando ao gerente a função de demití-los.

Talvez por conviver com muitas pessoas boas com baixa auto-estima com relação ao seu trabalho, eu acho que o ponto positivo do Scrum é exatamente sua característica antitésica: ver os resultados do seu trabalho rapidamente te deixa mais contente. Quanto à peer-pression, acho que ela ser positiva ou negativa depende única e exclusivamente do grupo com o qual se trabalha. Além disso, acredito que essa nova forma de pressão não deveria ser o filtro de qualidade dos programadores de um projeto.

Se o foco era uma palestra introdutória, como os temas abordados sugerem, eu esperaria que a “propaganda” dessas metodologias fosse melhor feita. A impressão que fica é de que a palestra deveria participar da trilha de Casos/Soluções e não de Desenvolvimento: ferramentas/metodologia.

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